Mónica Roncon
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Após o estudo da linguagem verbal, graças a uma licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e à obtenção de diplomas nas línguas inglesa, francesa e italiana, Mónica Roncon debruça-se no estudo do gesto, em silêncio e em som.
Este é o fio condutor da sua carreira artística, que inicia em 1991, com o Flamenco e o Ballet Clássico Espanhol na Escola Celia Neves (Lisboa). Vários anos de estudo e investigação em Portugal, Espanha e Itália, levam-na a colocar em questão o ensino e a prática convencionais da dança. Entra, então, num período de desconstrução e pesquisa da expressão artística através da dança contemporânea: neste contexto, explora, entre outros, a improvisação e a composição coreográfica, rítmica e musical, bem como o lugar da voz e do som no corpo, e do corpo na voz e no som. Pratica, em paralelo, tai chi, kung-fu e várias danças extraeuropeias. Inicia, igualmente, nesta fase, o estudo do yoga integral e a introdução à meditação budista. A partir de 2002, dedica-se ao estudo intensivo da percussão, através de inúmeros instrumentos, tais como a darbuka, o riqq, o daff, as castanholas, o cajón e outros instrumentos de diferentes origens. Bastante ecléctica, traz igualmente na sua bagagem estudos de piano, guitarra e canto, de teatro Nô e de Butô. |
Certificada em Danza Duende®: Dançar a Vida, Rede Internacional fundada por Yumma Mudra, Mónica Roncon ensina no contexto deste projecto desde 2003. A Danza Duende surge como a arte de criar campos de sabedoria, uma visão em que a vida e a dança são concebidas e vividas em interdependência consciente: a vida é a nossa maior obra. Neste quadro, ensina e apresenta espectáculos de Danza Duende e de Gipsy Duende em vários países da Europa e no México. Por sua vez, o Gipsy Duende inspira-se nas danças ciganas tradicionais como arte de transformação do sofrimento. Trata-se de descobrir a alegria espontânea do movimento autêntico, regressando à frescura e sinceridade do gesto, numa sinergia de grupo. Neste contexto, especializou-se na dança, música e ritmos da cultura cigana de vários países europeus (mais aqui).
Desde 2015, ensina igualmente, no seio da Rede Internacional Danza Duende, o Ciclo do Dragão: um retiro de 7 dias na natureza, que se desenvolve em torno da alquimia do sofrimento, através da dança e da arte, na sua acepção mais ampla. O Ciclo do Dragão está intimamente ligado à Coreosofia, uma via artística desenvolvida pelo bailarino Michel Raji. Trata-se de uma procura artística do ser, em que o acto de dançar se torna via de conhecimento. O bailarino é o seu próprio laboratório, mergulhando profundamente no tempo do corpo, graças ao ritmo do sopro (respiração), cuja precisão consciente abre espaços internos e externos, micro e macro cósmicos. O caminho consiste em abrir-se profundamente à escuta de si mesmo, para se tornar aquilo que já se é, manifestando assim, espontaneamente, a dimensão simbólica da natureza humana. No quadro da Rede Internacional Danza Duende, para além do ensino da dança, Mónica colabora frequentemente como tradutora de textos e intérprete em encontros e retiros, tendo ainda produzido o II Festival International de Danza Duende, em 2013, em Serpa. Realizações artísticas
Criações a solo
De origem luso-espanhola, este ser humano multifacetado, exerce, em paralelo, a actividade de tradutora e intérprete de conferência, tendo recentemente traduzido uma obra sobre a Arte e Ciência da Alquimia. Mónica considera a arte como veículo privilegiado para o conhecimento e a realização humana. Na simplicidade de um gesto, regressa-se à palavra primordial: o som e o ritmo redescobertos e renovados em cada inspiração, em cada impulso, em cada movimento… a alma que dança num eterno processo de transformação, tece um caminho artístico que revela toda a inteligência do potencial intrínseco, fundamentalmente bom, do ser humano. |